Meu Cantinho

Apenas um ponto no espaço infinito

Textos


 Ela entra como se o mundo fosse sala íntima, e cada olhar, uma vela acesa em sua direção.

O vermelho não é cor, é pele.

É promessa sussurrada entre sombras e respirações curtas.

No salto quinze, ela escreve poemas no chão.

Versos curvos, cheios de ritmo e malícia.

Seus quadris balançam como se soubessem o que o silêncio deseja, como se o ar tivesse gosto e ela o provasse a cada passo.

Fala pouco...

Mas seu corpo conversa.

No jeito de cruzar as pernas, de inclinar a cabeça, há uma língua ancestral, feita de gemidos contidos e vontades adormecidas.

Ela não seduz, ela acorda.

Acorda vontades, desperta lembranças, reacende incêndios antigos.

O toque dela é raro...

Mas o olhar...

Ah, o olhar é carícia que se leva para casa, no peito, sem saber onde guardar.

Ela não se explica.

É pele, é presença, é perfume que fica mesmo depois de ir.

E quem a vê, jamais esquece: a dama de vermelho não se conhece, se sente

Cleir
Enviado por Cleir em 25/06/2025


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